Rock in Rio 2024: Dia Brasil une mais de 90 artistas nacionais em uma noite repleta de hits, com destaque para o clássico “Evidências”

“Evidências” é o maior coro do Dia Brasil

Os shows do Dia Brasil no Rock in Rio foram uma verdadeira celebração da música nacional, planejados e estruturados para criar uma experiência única para o público. O line-up e o repertório foram montados a seis mãos, por Roberto Medina, presidente da Rock World, Luis Justo, CEO do festival, e Zé Ricardo, vice-presidente artístico da Rock World, para criar uma conexão fluida entre as músicas, com a participação de grandes produtores do cenário da música. Os fãs corresponderam positivamente a essa valorização da música brasileira. Sandra Vieira, empregada doméstica de 57 anos, ficou emocionada ao ganhar o ingresso do filho para participar do evento. “Eu só escuto música brasileira. Em um mesmo dia, conseguir ver Alcione, Zeca Baleiro, Luan Santana e Capital Inicial foi uma ideia que adorei! Quando meu filho me disse que me daria o ingresso para esse dia, fiquei muito feliz! Obrigado por valorizarem a nossa música brasileira!”, comentou. A diversidade de gêneros e a presença de grandes nomes nacionais têm atraído cada vez mais pessoas ao festival, consolidando o evento como um espaço inclusivo para todas as gerações.

A abertura do Palco Mundo foi a maior reunião do trap brasileiro da história, com a presença de MC Cabelinho, Kayblack, Matuê, Orochi, Filipe Ret, Wiu e Veigh. Essa foi a primeira vez que todos esses grandes nomes se reuniram no mesmo palco. Quem produziu o “Pra Sempre Trap”, ao lado de Zé Ricardo, foi o multi-instrumentista e produtor musical Duani, responsável por fazer a conexão entre as músicas. Em seguida, o “Para Sempre: MPB” trouxe performances memoráveis de Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Majur, BaianaSystem e Margareth Menezes, em uma reverência a Ney Matogrosso, que esteve presente na primeira edição do festival em 1985. Pupillo, ex-baterista da Nação Zumbi e produtor de renome, foi o responsável pela união dos artistas e por montar uma banda base, na qual tocou bateria e que ainda teve Davi Moraes (guitarra), João Moreira (baixo), Ícaro Sá (percussionista do BaianaSystem) e o trio de sopros formado por Antonio Neves, Oswaldo Lessa e Eduardo Santana.

Em um momento inédito o Rock in Rio recebeu pela primeira vez no Palco Mundo um dos gêneros mais ouvidos do país, o sertanejo. Apaixonada por Chitãozinho e Xororó, Lúcia Carvalho, professora de 41 anos, veio da cidade de Cordeiro, interior do estado do Rio de Janeiro, para apreciar a apresentação dos artistas. “É o meu primeiro Rock in Rio. Vim para vê-los e estou muito ansiosa para ver como vai ser este encontro deles com figuras mais novas como a Ana Castela”. O “Para Sempre: Sertanejo” foi um dos destaques da noite, com Chitãozinho & Xororó se unindo à Orquestra Heliópolis e convidados como Ana Castela, Junior, e Simone Mendes e participação especial do rapper Cabal. O tecladista Maurício Piassarollo, braço direito de Zé Ricardo, foi responsável por um dos shows mais aguardados do festival, que contou com os principais sucessos dos artistas. E o final não poderia ser mais emocionante: o público acompanhando a dupla em “Evidências”, transformando a Cidade do Rock em um imenso karaokê a céu aberto. Um dos maiores coros já vividos no festival.

Encerrando a noite no Palco Mundo, clássicos do rock como “Natasha”, “Máscara”, “Quando o sol se for” e “Razões Emoções”. Em cena no “Para Sempre: Rock”, Capital Inicial, Detonautas, NX Zero, Pitty, Rogério Flausino e Toni Garrido, sob a batuta de Liminha. Ele formou uma banda de estrelas, incluindo o guitarrista Thiago Castanho e o baterista Pinguim, ambos ex-integrantes do Charlie Brown Jr. Ao final da apresentação, uma homenagem a Cassia Eller, que causou no festival em 2001, com todos cantando juntos “Por Enquanto”.

Clemer Vieira, que foi pela quarta vez ao evento, também elogiou a renovação do Rock in Rio e o destaque dado à música nacional. Vindo do Recife, o dentista de 47 anos marcou as férias do trabalho para acompanhar dois dias de shows. “Consegui assistir uma atração internacional que queria muito, o Imagine Dragons, e agora o nacional, com muitos nomes que costumo ouvir no dia a dia. É muito legal ver o festival se renovando a cada ano e agora valorizando a música brasileira com uma homenagem desse tamanho”, afirmou Clemer.

Sunset com samba, pop e rap

Na abertura do palco Sunset, O “Para Sempre: Samba” abriu com Zeca Pagodinho e sua banda, que convidaram Alcione, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Maria Rita e Xande De Pilares. Zé Ricardo, vice-presidente Artístico da Rock World, se encarregou de manter a essência da roda de samba, com diversos hits como “Camarão que dorme a onda leva”, “Deixa a Vida me Levar” e “Bagaço da Laranja”.

Em seguida, mais de 20 hits no “Para Sempre: POP” animaram o público do festival. Duda Beat, Gloria Groove, Jão, Ivete Sangalo, Lulu Santos e Luísa Sonza, além de cantarem seus maiores sucessos, fizeram covers de clássicos do pop como “Sina” (Djavan), “Como eu quero” (Kid Abelha) e Malandragem (Cassia Eller). Douglas Moda, produtor de grandes sucessos recentes como “DOCE 22” (Luísa Sonza) e “Afrodhit” (Iza), foi o responsável por conduzir esse espetáculo vibrante.

No “Para Sempre: Rap”, Criolo, Djonga, Karol Conká, Marcelo D2 e Rael brilharam, com Daniel Ganjaman coordenando a apresentação. No repertório: “Afrorep”, “É o poder”, “Não existe amor em SP” e “Convoque seu Buda”. Esses shows não apenas celebraram a diversidade da música brasileira, mas também solidificaram a conexão do Dia Brasil com a história do festival, proporcionando uma experiência inesquecível para todos os presentes.

Celebrando a Música Brasileira: Um Encontro de Gêneros no Global Village

No Dia Brasil, o Global Village começou o dia embalando o público ao som de jazz. Léo Gandelman, renomado saxofonista, chamou Antônio Adolfo, pioneiro na música instrumental e dinâmica. Em seguida, Gandelman homenageou Sérgio Mendes e enalteceu a diversidade da música nacional. “Estou muito feliz com a ideia do Rock in Rio de abrir o evento para músicas não tão comerciais” disse o artista, referindo-se ao Dia Brasil. Em um segundo bloco, Léo chamou Joabe Reis, um dos mais importantes trombonistas da nova geração do jazz. Jonathan Ferr, pianista clássico que mistura jazz, neo-soul, hip hop e música eletrônica, também foi chamado ao palco e finalizou o bloco do jazz. “Hoje é tarde de celebração, então vamos celebrar nossa liberdade”, disse o artista.

Depois, foi a vez do soul animar o espaço do Global Village. A banda Black Rio começou os trabalhos com “Nova Guanabara”, “Mistérios da Raça” e fez a plateia dançar junto. Hyldon deu sequência ao espetáculo. O artista que, junto a Tim Maia e Cassiano, forma a trindade do soul, cantou hits como “Na Sombra de uma Árvore”, “As Dores do Mundo” e chamou a Banda Black Rio para tocar “Foi no Baile Black” e “Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda”, animando toda a plateia. Cláudio Zoli finalizou o bloco do soul. O artista, que já fez parte das bandas Cassiano e Brylho, começou tocando o grande hit “Noite de prazer” e fez todo o público dançar e cantar junto. Roberta e Anderson Farias, de 40 e 50 anos, respectivamente, acompanharam toda a apresentação de soul e queriam mais. “Eu gosto muito de Soul, então, sempre que tem show, eu compareço” relatou Anderson.

No bloco da bossa nova, Roberto Menescal chamou Wanda Sá para tocarem grandes sucessos da música brasileira, como “Samba de Uma Nota Só”. O Para Sempre: Bossa Nova também contou com a presença de Bossacucanova, Cris Delanno e Leila Pinheiro, agitando a plateia do Global Village. A celebração brasileira foi concluída com o Para Sempre: Futuro Ancestral. A Gang do Eletro, pioneira no eletromelody, exibiu batidas eletrônicas e um visual futurista, levando a cultura periférica do Pará para o palco. A apresentação foi em conjunto com as Suraras do Tapajós, primeiro grupo de carimbó composto exclusivamente por mulheres indígenas, que reforçou a preservação ambiental, ecoando a voz dos povos originais. O show contou com as músicas “Guerreira Surara”, “Mãos da Esperança” e “Amazônia”.

Diversidade Musical no Espaço Favela

O Espaço Favela iniciou o Dia Brasil com o bloco Para Sempre: Favela é Terra Indígena, que teve como grande atração Kaê Guajajara, com participação do DJ Totonete e do grupo Dance Maré. Em sua apresentação, a cantora prestou uma bela homenagem a povos e terras indígenas. Nascida no Maranhão e criada na favela da Maré, a cantora e ativista reforçou a importância do reconhecimento aos povos originários. Os convidados foram um show à parte: com muita personalidade, o DJ e os bailarinos deram seu toque especial às músicas de Kaê.

Durante a tarde, quem comandou o espaço foi a Orquestra Jovem da Sinfônica Brasileira em conjunto com o violinista Natan Amaral, em Para Sempre: Música Clássica. Mostrando muita técnica e sincronicidade, os instrumentistas foram recebidos por um público caloroso e empolgado.

Já no primeiro show da noite, o espaço recebeu Para Sempre: Funk, com seis dos maiores nomes da cena funk de São Paulo – Livinho, MC Don Juan, MC Dricka, MC Hariel, MC IG e MC PH. Juntos, eles apresentaram um dos shows com maior público do espaço durante toda a edição de 40 anos do Rock in Rio. Durante 1 hora e 20 minutos os MCs apresentaram os sucessos da carreira de cada um. Ao final do show, prestaram uma homenagem ao MC Kevin, carregando uma bandeira com o rosto do cantor e cantando hits compostos por ele, como “Cavalo de Troia” e “Veracruz”.

Reverenciando as origens do funk carioca e recebidos pelo público ao som de “o Rock in Rio vai virar baile”, Buchecha, Cidinho e Doca, Funk Orquestra, MC Carol, MC Kevin o Chris e Tati Quebra Barraco apresentaram Para Sempre: Baile de Favela. Celebrando os 35 anos do funk nacional e afirmando que “o funk é o ritmo que mais se mistura”, os artistas cantaram clássicos cariocas que fizeram o público cantar e dançar. Além disso, reconheceram o legado criado com músicas de novos nomes, como Pocah, Luísa Sonza, Lexa, Pedro Sampaio e MC Poze do Rodo. Ao final do show, fizeram uma homenagem a MC Marcinho, apresentando sucessos do cantor que permeiam a carreira de todos.

Supernova no Dia Brasil

O país foi muito bem representado no Palco Supernova neste Dia Brasil do Rock in Rio. A banda Autoramas com seu rock cheio de atitude não aguentou ficar longe do público e foi para o meio da galera cantar. A música indie brasileira também teve destaque no espaço com o show de Vanguart, uma das principais representantes do folk brasileiro. O show cheio de hits animou o público.

Em seguida, Chico Chico, com sua voz potente, envolveu o público com uma performance bastante intimista. Finalizando o dia, Jean Tassy, natural de Brasília, trouxe para o festival a black music em forma de R&B Contemporâneo. O estilo fez o público cantar junto e nem a chuva desanimou a plateia. Para o público, o Dia Brasil é uma belíssima homenagem à cultura nacional. “As pessoas têm o hábito de valorizar tudo que é de fora. Acho incrível um festival como o Rock in Rio criar um dia só para os artistas brasileiros. Que tenham mais edições como esta”, afirma Cristina Couto, 52 anos, carioca e cirurgiã dentista.

A energia do “Para Sempre” no New Dance Order

Neste sábado, o New Dance Order recebeu grandes nomes da música eletrônica brasileira para celebrar a sonoridade. No “Para Sempre: Eletrônica” o DJ Mochakk, uma das promessas da cena da música eletrônica no Brasil, encerrou a noite. Antes dele, Beltran, DJ e produtor musical gaúcho, dividiu o palco com Classmatic, de Santa Catarina. Eli Iwasa X Ratier e Maz X Antdot colocaram toda a plateia para dançar ao som de muita dance music. Durante todo o dia, bailarinos do Espaço Tapias entregaram coreografias no palco do NDO animando o público.

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